A empresa Norte Energia S.A. (NESA), que comanda o consórcio responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte,
no Pará, está colhendo a tempestade depois de semear o vento por Altamira.
Além das ações judiciais em curso, das
lutas dos movimentos locais e da grande repercussão dos vídeos e petição do
Movimento Gota D’Água, é a vez de indígenas e operários voltarem às suas iras
para o conglomerado de construtoras e empresas sócias.
Na semana passada, lideranças
indígenas em reunião com a Fundação Nacional do Índio chegaram a marcar para
esta sexta-feira, 25 de novembro, uma reunião para debater mais uma vez o não
cumprimento de condicionantes previstas no processo de licenciamento ambiental
da hidrelétrica. O presidente da NESA, Carlos Nascimento, não só não compareceu
na reunião como mandou avisar que lá não poria os pés tão cedo.
Resultado: a toda hora estão chegando
em Altamira grupos indígenas vindos de todo o Xingu para um protesto que deverá
acontecer na semana que vem. As primeiras notícias dão conta que os indígenas
pretendem ficar na cidade até o comparecimento do presidente da NESA.
Veja abaixo a convocação para os protestos:
Ao mesmo tempo, chegam notícias que
operários de um dos canteiros de obras iniciaram uma greve contra as péssimas
condições de trabalho. Vários trabalhadores estariam com infecção intestinal e sem atendimento médico. Na semana passada, houve a demissão coletiva de vários
trabalhadores que exigiam direitos. (Veja em Operários são demitidos de Belo Monte e escoltados a Anapu para evitar denúncias).
Estariam parados mais de 2.000 operários
Estariam parados mais de 2.000 operários
Leia também a cobertura de Ruy Sposati, direto do local: Trabalhadores paralisam Belo Monte; indígenas dão ultimato a Norte Energia
Grupo móvel do MPT constata condições precárias de trabalho em obra da NESA (Xingu Vivo)
Grupo móvel do MPT constata condições precárias de trabalho em obra da NESA (Xingu Vivo)