A presidente Dilma chegou ao Salão Nobre, para sancionar a criação
da Comissão da Verdade, conversando, de dedo em riste, com o
ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). Vinham de discussão acalorada, da
qual participaram Maria do Rosário (Direitos Humanos), Celso Amorim (Defesa),
Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Ideli Salvatti (Institucional) e o ex-ministro
Franklin Martins.
Por pressão militar foi decidido que Vera Paiva, filha do
ex-deputado Rubens Paiva, não falaria na solenidade. No início da manhã, o
assessor da Defesa, José Genoino, alertou o Planalto que, se o familiar de uma
vítima da ditadura militar falasse, como estava previsto, um militar também
teria de falar. Do contrário, seria um constrangimento para os comandantes
militares, presentes à solenidade.
A discussão no gabinete de Dilma atrasou a cerimônia em meia hora.
Para não dar a palavra a um militar, a opção foi desconvidar Vera
Paiva. Falaram a presidente, o ministro José Eduardo Cardozo e o presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos, Marco Antonio Barbosa. O episódio gerou tensão e tisnou um ato que era para ser festivo.
Paiva. Falaram a presidente, o ministro José Eduardo Cardozo e o presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos, Marco Antonio Barbosa. O episódio gerou tensão e tisnou um ato que era para ser festivo.