O
presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
do Trabalho Escravo, deputado Cláudio Puty (PT-PA), informou nesta sexta-feira
(22 de março), que não haverá relatório final da CPI por falta de acordo com a bancada
ruralista, que tem maioria na comissão. A CPI foi encerrada no último dia 16, e não
haverá prorrogação.
Puty
acrescentou que a bancada ruralista ignora os fatos comprovados em visitas
oficiais para constatar a existência de escravidão ou condições degradantes de
trabalho. Segundo o deputado, a bancada ruralista usaria a maioria que tem na
CPI para apresentar medidas para flexibilizar a legislação trabalhista. "Eles
ocuparam dois terços do corpo da CPI com uma pauta que me parece totalmente
descabida para aquela CPI, para alterar, flexibilizar leis que protegem os
trabalhadores rurais, para propor a diminuição da fiscalização do trabalho no
campo e para alterar o próprio conceito de trabalho escravo.”
Na
opinião de Puty, a CPI não conseguiria implementar mecanismos para endurecer a
fiscalização. “Nem para erradicar o trabalho escravo no Brasil, mudar o
conceito para que aquilo que fosse encontrado sob a forma de trabalho escravo e
que não fosse considerado como tal."
Relatório
Contra o possível voto em separado da bancada ruralista, o presidente Cláudio Puty, junto com o relator, deputado Walter Feldman (PSDB-SP), vão apresentar um relatório apenas para marcar a posição dos parlamentares comprometidos com o fim do trabalho escravo.
Contra o possível voto em separado da bancada ruralista, o presidente Cláudio Puty, junto com o relator, deputado Walter Feldman (PSDB-SP), vão apresentar um relatório apenas para marcar a posição dos parlamentares comprometidos com o fim do trabalho escravo.
Nesse
relatório, haverá sugestão para realização de concursos para auditores fiscais
do trabalho, além de propor leis trabalhistas mais rigorosas, com pena de
prisão para quem escraviza. Os parlamentares também querem interligar o assunto
do trabalho escravo com a exploração sexual de mulheres e o tráfico de pessoas.
Fonte: Agência Câmara – Reportagem: Wamberto Noronha Edição – Regina Céli Assumpção