Operação Tapajós tem o
objetivo de garantir a realização de estudos de impacto da construção de usina;
para MPF, há risco de conflito
Foto: Blog RPI |
O Ministério Público Federal
(MPF) pediu à Justiça que impeça a realização de uma operação policial nas
proximidades da Terra Indígena Munduruku, no interior do Pará, onde está
planejada a construção da usina hidrelétrica São Luís do Tapajós. Segundo o
MPF, a chamada Operação Tapajós, a ser desencadeada nesta semana pela Polícia
Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai), é uma "patente violação à
decisão da Justiça", já que o licenciamento ambiental da usina está
suspenso pela falta de consultas prévias aos indígenas.
De acordo com o MPF, o
contingente armado que se dirigiu na sexta-feira à região seria de 60 agentes
da PF, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Força Aérea Brasileira, com o
objetivo de garantir a realização dos estudos de impacto da usina. A
preocupação maior do MPF é com o clima de conflito na região. "Há perigo
de dano irreparável com a realização da operação ora noticiada, seja porque
impera na região muita desinformação (até mesmo pela ausência da consulta
prévia), seja porque a referida operação apresenta um potencial lesivo
desproporcional", diz o documento enviado ao juiz federal de Santarém (PA)
José Airton Portela.
Os procuradores da República
Felipe Bogado, Fernando Antônio de Oliveira Júnior e Luiz Antonio Amorim temem,
com a operação, "a repetição de lamentáveis incidentes históricos como o
ocorrido na Operação Eldorado, que culminou com a morte de um indígena, além de
inúmeros feridos entre indígenas e agentes públicos".
Fonte: Terra
Atualizando a notícia (27/03/2013, as 20h):
Hidrelétricas: “Tropa de Choque” da AGU consegue na justiça entrada de tropas federais em terras mundurukus"Nós, povo Munduruku, repudiamos essa maneira ditadora da presidenta que governa o País."