Cerca
de 150 pessoas, entre ribeirinhos e indígenas Juruna, Xypaia, Kuruaia e Canela,
ocuparam o canteiro de obras de Pimental, um do quatro de Belo Monte, na
madrugada desta quinta, 21.
A
ação começou as 4 h da manhã com o trancamento da estrada de acesso ao
canteiro, mas um veículo, que conseguiu furar o bloqueio, acionou a Força
Nacional de Segurança, que se deslocou para o local e tentou impedir a entrada
dos manifestantes na área da obra, exigindo que fosse destacado um porta-voz
para negociar as reivindicações. Como não houve acordo quanto a esta demanda, o
grupo todo resolveu entrar no canteiro e seguiu até os alojamentos, solicitando
que os trabalhadores deixassem as instalações.
Segundo
representantes dos manifestantes, muitos operários apoiaram a ação e afirmaram
que o sistema de trabalho se assemelha ao de uma prisão, mas a confusão é
grande porque eles não sabem para onde ir.
O
grupo de manifestantes está dividido entre a comunidade do Jericoá oito
famílias de índios Xypaia, Kuruaia e Canela), que nunca recebeu nenhum
atendimento da Funai e da Norte Energia, índios Juruna da aldeia Muratu, na
Terra Indígena Paquiçamba, e ribeirinhos e colonos da comunidade do KM 45.
Estes últimos dizem viver uma situação de grande insegurança, uma vez que o
Consórcio Norte Energia teria dito a eles que não serão removidos, ao mesmo
tempo que afirmaram aos índios Juruna que a terra pertence a eles. O medo é que
esta situação crie um conflito entre indígenas e colonos.
Até
o momento, as principais reivindicações dos manifestantes se referem às
condições da comunidade de Jericoá, que já não consegue mais pescar, recebeu
apenas uma parcela das compensações indígenas (a área onde vivem não tem
demarcação), não tem água potável (poços artesianos), e seus barcos não
suportam o sistema de transposição montado no barramento do Xibgu na altura do
Pimental (são muito frágeis e quase ocorreu um grave acidente na última
semana). Na última semana, a comunidade procurou a Funai para demandar
assistência, mas, de acordo com os manifestantes, foram seguidamente
“enrolados” e não obtiveram nenhuma resposta.
Já os colonos do KM 45
querem uma definição sobre a situação fundiária de suas terras, além de energia
elétrica, que ainda não chegou às suas casas.
De acordo com os
manifestantes, é possível que outros grupos indígenas se juntem aos protestos
no decorrer do dia. As obras do canteiro de Pimental estão paralisadas.
Mais
informação:
Em Altamira: Maira (93)
8803-8406
Comiunicação Xingu Vivo:
Verena (11) 99853-9950
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