O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta
quinta-feira, 21 de março, uma série de sete relatórios sobre a agropecuária no
Brasil. O lançamento será durante a 3ª Conferência do Desenvolvimento
(Code/Ipea), em Brasília. As pesquisas trazem um panorama do setor no país, com
base nos resultados do Censo Agropecuário 2006. Um dos textos revela que, entre
os censos de 1995 e 2006, a criação de bovinos e a produção de grãos foram as
atividades que registraram maiores taxas de crescimento de ocupação na Amazônia
brasileira.
De acordo com o estudo, “as taxas de crescimento médio das
atividades agrícolas e da criação de animais da região amazônica são superiores
à taxa nacional, o que coloca a região como uma frente de expansão da
agropecuária brasileira”. Apesar de os dados não apontarem para uma correlação
direta entre conversão de área de agricultura para pastagens, há indicativos de
que, para os estabelecimentos situados em classes de área até 100 hectares, a
agricultura diversificada está sendo substituída pela pecuária de corte e
leite.
Outro relatório, que aborda a situação em Minas Gerais, Tocantins,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, conclui que o aumento da
produção da cana-de-açúcar gerou impactos negativos sobre a produção de
alimentos na maioria dos estados analisados. E constatou, ainda, que as grandes
monoculturas não estão contribuindo positivamente para um conjunto de
indicadores socioeconômicos analisados nessas Unidades da Federação.
Uma terceira pesquisa revelou, de maneira inédita, que,
proporcionalmente, a presença de estabelecimentos agropecuários pluriativos –
ou seja, onde o produtor e/ou algum membro da família exerceu atividades
agropecuárias e algum tipo de atividade não agropecuária remunerada e/ou
qualquer tipo de atividade remunerada fora daquele local em 2006 – é maior nos
estabelecimentos não familiares que nos familiares. Entre os estabelecimentos
não familiares, a pluriatividade é de 51,9% do total.
Fonte: Blog do Ipea