sexta-feira, 15 de março de 2013

No Dia Internacional de Luta contra as barragens, Movimentos e Organizações denunciam exploração sexual, criminalização e espionagem em Belo Monte


Em 1997 ocorreu no Brasil o 1º encontro internacional dos povos atingidos por barragens. A partir deste ano ficou decidido que o dia 14 de março ficaria definido como o Dia Internacional de Luta Contra as Barragens.

Em Belém o ato alusivo a esta data ocorreu em frente ao Consorcio Construtor Belo Monte (CCBM), denunciando os graves problemas que a construção da UHE Belo Monte já está causando, mesmo estando apenas no início das obras, aproximadamente 15% da parte infra-estrutural.

Diversas organizações denunciaram neste momento a expulsão de mais de 40 mil pessoas de suas casas, considerando o campo e a cidade; a destruição de milhares de hectares de floresta; a morte de um número incalculável de pequenos animais; a exaustão de mais de 100 km do rio Xingu; e a geração de energia barata apenas para indústrias de fora da região e empresas de mineração como VALE e Alcoa.

O número de homicídios em Altamira aumentou em 500%; um prato feito, o famoso PF, está custando R$17,00; o aluguel de uma casa com 02 quartos não sai por menos de R$1.500,00; e a população da cidade já aumentou em aproximadamente 60%, com isso os serviços de saúde e educação estão cada vez mais precários.

No mês passado uma jovem de 16 anos conseguiu fugir de uma boite localizada próximo aos canteiros de obras. Quando a polícia chegou ao local encontrou 14 mulheres, incluindo varias menores, que estavam sendo exploradas sexualmente, sem poder sair do lugar.

Em novembro de 2012 dezenas de trabalhadores do CCBM/Norte Energia S.A (NESA) foram demitidos, e cinco foram presos, acusados de dano ao patrimônio e formação de quadrilha. O motivo foi às reivindicações por melhores condições de trabalho.

Neste mês de março novas manifestações ocorreram, agora motivadas pelo corte nas chamadas “horas itinerantes”, levando a uma considerável redução nos salários recebidos pelos trabalhadores. Resultado: novas demissões e mais 02 trabalhadores presos.

Para o Governo e CCBM/NESA trabalhador que luta por seus direitos em Belo Monte é criminoso.

No mês de fevereiro/2013 foi descoberto um espião em uma reunião do Movimento Xingu Vivo Para Sempre. Pego em flagrante o mesmo confessou que foi contratado por 5 mil reais para espionar os trabalhadores e os movimentos sociais. O espião disse que foi responsável por mais de 80 demissões e 05 prisões.

Segundo o próprio agente, no processo de espionagem havia a participação do CCBM/NESA e do Governo Federal, através da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Afirmando ainda o referido espião que - pasmem - até um agente vindo de Israel estava sendo esperado em Altamira para analisar os materiais coletados.

O Movimento Xingu Vivo fez uma denuncia e repassou todas as provas da espionagem ao Ministério Público Federal. Agora é só aguardar as providencias, pois não se pode aceitar que o direito constitucional que todos têm de se manifestar seja vigiado e tornado crime pelo Governo Federal e pelo Consorcio Construtor Belo Monte/Norte Energia S/A.

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