Em
1997 ocorreu no Brasil o 1º encontro internacional dos povos atingidos por
barragens. A partir deste ano ficou decidido que o dia 14 de março ficaria
definido como o Dia Internacional de Luta Contra as Barragens.
Em
Belém o ato alusivo a esta data ocorreu em frente ao Consorcio Construtor Belo
Monte (CCBM), denunciando os graves problemas que a construção da UHE Belo Monte
já está causando, mesmo estando apenas no início das obras, aproximadamente 15%
da parte infra-estrutural.
Diversas
organizações denunciaram neste momento a expulsão de mais de 40 mil pessoas de
suas casas, considerando o campo e a cidade; a destruição de milhares de
hectares de floresta; a morte de um número incalculável de pequenos animais; a
exaustão de mais de 100 km do rio Xingu; e a geração de energia barata apenas
para indústrias de fora da região e empresas de mineração como VALE e Alcoa.
O
número de homicídios em Altamira aumentou em 500%; um prato feito, o famoso PF,
está custando R$17,00; o aluguel de uma casa com 02 quartos não sai por menos
de R$1.500,00; e a população da cidade já aumentou em aproximadamente 60%, com
isso os serviços de saúde e educação estão cada vez mais precários.
No
mês passado uma jovem de 16 anos conseguiu fugir de uma boite localizada próximo aos canteiros de obras. Quando a polícia
chegou ao local encontrou 14 mulheres, incluindo varias menores, que estavam
sendo exploradas sexualmente, sem poder sair do lugar.
Em
novembro de 2012 dezenas de trabalhadores do CCBM/Norte Energia S.A (NESA)
foram demitidos, e cinco foram presos, acusados de dano ao patrimônio e
formação de quadrilha. O motivo foi às reivindicações por melhores condições de
trabalho.
Neste
mês de março novas manifestações ocorreram, agora motivadas pelo corte nas
chamadas “horas itinerantes”, levando a uma considerável redução nos salários
recebidos pelos trabalhadores. Resultado: novas demissões e mais 02
trabalhadores presos.
Para
o Governo e CCBM/NESA trabalhador que luta por seus direitos em Belo Monte é
criminoso.
No
mês de fevereiro/2013 foi descoberto um espião em uma reunião do Movimento
Xingu Vivo Para Sempre. Pego em flagrante o mesmo confessou que foi contratado
por 5 mil reais para espionar os trabalhadores e os movimentos sociais. O
espião disse que foi responsável por mais de 80 demissões e 05 prisões.
Segundo
o próprio agente, no processo de espionagem havia a participação do CCBM/NESA e
do Governo Federal, através da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Afirmando ainda o referido espião que - pasmem - até um agente vindo de Israel
estava sendo esperado em Altamira para analisar os materiais coletados.
O
Movimento Xingu Vivo fez uma denuncia e repassou todas as provas da espionagem
ao Ministério Público Federal. Agora é só aguardar as providencias, pois não se
pode aceitar que o direito constitucional que todos têm de se manifestar seja
vigiado e tornado crime pelo Governo Federal e pelo Consorcio Construtor Belo
Monte/Norte Energia S/A.