“Recordo-me de
uma assembléia de trabalhadores,
nas minas da Bolívia, já faz um
tempinho, mais de 30 anos: uma mulher
lançou-se entre os homens e perguntou
qual é nosso inimigo principal. Escutaramse
vozes que respondiam: ‘o imperialismo’,
‘a oligarquia’, ‘a burocracia’… E ela, Domitila
Chungara, esclareceu: ‘Não, companheiros.
Nosso inimigo principal é o medo, e o levamos
dentro de nós.’ Eu tive a sorte de escutá-
la. Nunca esqueci”.
Eduardo Galeano
nas minas da Bolívia, já faz um
tempinho, mais de 30 anos: uma mulher
lançou-se entre os homens e perguntou
qual é nosso inimigo principal. Escutaramse
vozes que respondiam: ‘o imperialismo’,
‘a oligarquia’, ‘a burocracia’… E ela, Domitila
Chungara, esclareceu: ‘Não, companheiros.
Nosso inimigo principal é o medo, e o levamos
dentro de nós.’ Eu tive a sorte de escutá-
la. Nunca esqueci”.
Eduardo Galeano
A militante boliviana Domitila Barrios de Chungara, que liderou
protestos sociais nas minas da Bolívia em 1978 que acabaram provocando a queda
da ditadura militar de Hugo Banzer Suárez (1971-1978), morreu na madrugada desta
terça, 13 de março, vítima de um câncer.
Ela e outras três dirigentes do Comitê de Donas de Casa do Distrito Mineiro Século XX, em Llallagua, iniciaram uma mobilização com uma greve de fome exigindo a anistia e o retorno dos exilados políticos do regime.
Seu protesto, de caráter pacífico, se estendeu por todo o país, gerando-se os piquetes de greve de fome, apesar das tentativas do governo para desmantelar os protestos. A adesão ao movimento fez com que Banzer se visse obrigado a renunciar após sete anos de ditadura.
Em 1975, em plena ditadura militar, denunciou os massacres e abusos do regime militar boliviano na conferência mundial do Ano Internacional das Mulheres, realizada na Cidade do México.
Sua luta sindical é contada no livro-relato ¿Si me permiten hablar...Testimonio de Domitila ¿ uma mujer de las minas de Bolivia¿, compilado pela professora brasileira Moezza Viezzer.
Ela faleceu nesta madrugada em Cochabamba, no centro da Bolívia, aos 75 anos, vítima de um câncer que afetou vários órgãos.
*Com informações de Agências.Ela e outras três dirigentes do Comitê de Donas de Casa do Distrito Mineiro Século XX, em Llallagua, iniciaram uma mobilização com uma greve de fome exigindo a anistia e o retorno dos exilados políticos do regime.
Seu protesto, de caráter pacífico, se estendeu por todo o país, gerando-se os piquetes de greve de fome, apesar das tentativas do governo para desmantelar os protestos. A adesão ao movimento fez com que Banzer se visse obrigado a renunciar após sete anos de ditadura.
Em 1975, em plena ditadura militar, denunciou os massacres e abusos do regime militar boliviano na conferência mundial do Ano Internacional das Mulheres, realizada na Cidade do México.
Sua luta sindical é contada no livro-relato ¿Si me permiten hablar...Testimonio de Domitila ¿ uma mujer de las minas de Bolivia¿, compilado pela professora brasileira Moezza Viezzer.
Ela faleceu nesta madrugada em Cochabamba, no centro da Bolívia, aos 75 anos, vítima de um câncer que afetou vários órgãos.