sexta-feira, 16 de março de 2012

Greve na hidrelétrica de Jirau é uma derrotada da conciliação entre empresários, governo e centrais sindicais.


A nova greve que atinge em cheio os canteiros de obras da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, é também uma fragorosa derrota da política de conciliação feita pelo governo federal, empresas e centrais sindicais desde o fim da rebelião no mesmo local no ano passado. O grupo tripartite fechou acordos sem qualquer legitimidade entre os trabalhadores da obra.

No início do mês de março, um pacto foi articulado pela Secretaria-Geral da Presidência, que o lançou em um grande evento no Palácio do Planalto, com a adesão de nove grandes empreiteiras, entre elas, a Camargo Corrêa, que se comprometeu a seguir as diretrizes nas obras de Jirau. Estavam lá presentes também a CUT e a Força Sindical.

Os acordos que previam melhores condições de trabalho, foi saudado pela presidente Dilma Rousseff. Durante a solenidade, a presidente Dilma Rousseff destacou que as três partes que negociaram o pacto superaram diferenças para organizar um setor que “sempre foi mais desprotegido no Brasil”. Segundo Dilma, “esse não é um acordo feito sem que haja diferenças de pontos de vista, mas é um acordo que supera essas diferenças, que modifica a realidade, porque busca construir um consenso a partir desse conflito”.

Segundo o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, a garantia de representação sindical foi um dos principais avanços. “Esse é o sonho de muitas categorias de trabalhadores do Brasil e, hoje, a construção civil, nesse processo maduro de diálogo, conquista”, disse. Segundo ele, cerca de quatro milhões de trabalhadores serão beneficiados pelo acordo.

A nova greve foi iniciada há uma semana pelos funcionários da Enesa Engenharia, responsável pela montagem das turbinas, e recebeu a adesão dos profissionais da construtora, atingindo mais de 15 mil trabalhadores.

Eles reclamam das más condições do alojamento, como a superlotação e a falta de espaços de lazer, além do não pagamento de horas extras e o descumprimento de acordos coletivos do setor que preveem a promoção de cargo e premiação por superação de metas. O chamado Compromisso Nacional para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção aponta ações para aperfeiçoar o processo de recrutamento, qualificar os trabalhadores e garantir a representação sindical no canteiro de obras, além de reafirmar o cumprimento da legislação no que se refere a saúde e condições trabalhistas.

*Com informações do jornal Valor.
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