sexta-feira, 2 de março de 2012

Privatizada, Celpa está a beira da falência


Empresa foi privatizada em 1998 sob argumento de que o serviço iria melhorar e tarifa baixar.

Responsável pelos serviços de distribuição de energia no estado do Pará, a Celpa informou nesta terça-feira (28) que deu entrada no pedido de recuperação judicial. O grupo Rede Energia, ao qual a Celpa pertence, tenta colocar a empresa à venda desde o fim de 2011 em razão de problemas financeiros. Somente a curto prazo, a empresa deve 1,4 bilhão de reais e de longo prazo também no mesmo valor.

Outra informação importante noticiada pela companhia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), “o pedido de recuperação judicial mostrou-se inevitável diante do agravamento da situação de crise econômico-financeira da Celpa e do imperativo de proteger a continuidade dos serviços públicos por ela prestados”.

Privatizada em junho de 1998 sob argumento de melhoria nos serviços, a Celpa apresenta péssimos serviços prestados a população e a ausência de investimentos para melhoria do sistema de distribuição de energia, chegando a empresa a figurar em último lugar no ranking das 64 empresas distribuidoras de energia no país.

Isto se reflete na falta constante de energia elétrica, equipamentos sucateados, falta de equipamentos apropriados para os trabalhadores desempenharem suas tarefas, demissão em massa, terceirização de atividades-fim, falta de treinamento, acidentes, adoecimentos, sobrecarga de trabalho, reclamação da população e prejuízos para a economia do Estado.

Para Paulo Braga, da oposição sindical “Alternativa Urbanitária” (Sindicato do Urbanitários do Pará – STIUPA) e militante do PSTU, o pedido de concordata da Celpa é mais uma forma da Rede Energia continuar saqueando os consumidores de energia elétrica.

“Com a privatização, só o Grupo Rede  foi beneficiado, pois, na prática, tomou um empréstimo de aproximadamente 450 milhões de reais. Por outro lado,  os controladores en transferiram da CELPA para outras empresas do grupo R$ 224,9 milhões entre 1998 e 2002.  Em contrapartida,as dividas com fornecedores acumuladas no mesmo período de R$ 188,3 milhões destas empresas foram transferidos para a CELPA, ou seja, o Grupo Rede  transfere o dinheiro da Celpa para as outras empresas do grupo e em troca devolve as dívidas destas para serem assumidas pela Celpa. E, por outro lado, a população o que tem ganhado? Péssimos serviços, descaso total no atendimento ao consumidor, apagões constantes, um verdadeiro descaso. O que deveria ser feito agora era a reestatização da Celpa e deixar o Grupo Rede pagar suas próprias dividas”, afirma Paulo Braga. 

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