terça-feira, 6 de março de 2012

CartaCapital veta propaganda da Eternit


E por falar em propaganda, a revista semanal CartaCapital publicou uma matéria em que explica porque vetou a propaganda da Eternit em suas páginas. 

A fabricante de produtos a base de amianto foi condenada recentemente na Itália por exposição de trabalhadores e pessoas da comunidade aos males causados pelo amianto – fibra natural considerada cancerígena, mas resistente e barata e, por isso, muito utilizada na construção civil .

A justiça italiana condenou o bilionário suíço Stephan Schmidheiny e o barão belga Louis de Cartier de Marchienne a 16 anos de prisão. Os fundadores da empresa Eternit responderam por omissão intencional de cautelas e desastre ambiental doloso ao expor funcionários ao produto, sabendo que este era prejudicial ao meio ambiente e à saúde.

No Brasil, o amianto continua sendo produzido e comercializado, mas desde a decisão, a Eternit do Brasil está tendo de se explicar, inclusive com vários anúncios nos grandes meios de comunicação em que diz que  “não tem nenhuma relação com a Eternit de outros países, inclusive com o caso da Itália” e  “a extração e beneficiamento do amianto crisotila por sua controlada SAMA, bem como a utilização do mineral nas fábricas da Eternit, seguem rígidos padrões de segurança que superam as exigências legais”.

O anúncio foi veiculado, primeiramente, nos principais jornais do país, entre os quais Estadão, Folha, Globo, Valor Econômico e Estado de Minas. Depois, nas revistas semanais Veja, IstoÉ e Época.

CartaCapital recusou. Em matéria publicada na edição de 24/2/2012  e ainda explicou por quê:

“É um direito e um dever da empresa prestar esclarecimentos aos consumidores. Como também é obrigação de CartaCapital checar as informações publicadas na revista, mesmo quando se tratar de peças publicitárias e quando assim for entendido necessário. Foi o que fizemos. Diante do interesse da Eternit em veicular seu anúncio em nossas páginas, achamos por bem conferir os argumentos apresentados na ‘nota de esclarecimento’. A totalidade dos especialistas entrevistados rechaçou as explicações”.

Fonte: as princiais informações são de Conceição Lemes e estão no blog Vi o Mundo.
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