A
Polícia Civil do Pará por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema)
vem realizando nos últimos dias a “Operação Mamuru II”, em Juruti, no Oeste do
Pará. No sítio da Agência Pará de Notícias
é dado à informação de que “a operação desarticulou duas madeireiras ilegais
que agiam na região” que deve ser submetida à concessão florestal pelo governo do estado.
A Mamuru
II percorreu mais de 10 comunidades no entorno do rio. Denúncias apuradas pelo
Estado e o trabalho de fiscalização via satélite apontaram vários pontos de
exploração, inclusive em áreas destinadas a concessão, que o Governo do Pará
está licitando para a extração legal sustentável da madeira. A operação é
coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará
(Ideflor), em parceria com a Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), da
Polícia Civil, Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Terras
do Pará (Iterpa), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), da Polícia Militar, e
Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves.
Segundo
depoimentos, a madeira era retirada de comunidades do Mamuru e levada para
Parintins (AM) e Belém. A Polícia investiga ainda um suposto acordo para
repasse financeiro que teria sido feito em 2010 entre a Associação dos
Produtores Rurais do Rio Mamuru (Aprim) e os madeireiros, com o aval da
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), na época da gestão da então
governadora Ana Júlia Carepa (PT).
O delegado
da Dema, da Polícia Civil, Marcos Lemos, ouviu os presidentes da Aprim e da
Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho (Acorjuve), Antônio Carmo
e Gerdeonor Pereira, respectivamente. De acordo com o depoimento de Antônio, a
GC Madeiras teria chegado à região do Mamuru em outubro de 2010, depois de
arrematar 5 mil metros cúbicos de madeira em um leilão feito pela Sema. Após
este leilão, a Aprim teria firmado o acordo financeiro com a GC Madeiras, de
Belém, para garantir 5% de toda madeira leiloada pela Sema. O acordo, segundo
os depoimentos colhidos pela Dema, teria sido feito com a interveniência da
Sema. Em virtude disto, o delegado solicitou por ofício informações a respeito
do leilão e do acordo.
“A
madeireira, a partir do leilão, detinha o direito de retirar os 5 mil metros
cúbicos de madeira, mas, segundo o Antônio, teria mantido a exploração na
região desde então. Vamos solicitar à Sema informações sobre este suposto
leilão, a fim de dar continuidade às investigações. Além disso, a Polícia vai
apurar o suposto apoio que a Sema teria dado ao acordo feito entre a Aprim e a
GC Madeiras”, afirmou o delegado Marcos, que já solicitou também apoio à
Polícia do Amazonas para localizar Claudecy. “A Polícia Civil do Amazonas, em
Paritins, já identificou Claudecy e irá ouví-lo. Vamos dar prosseguimento à
investigação para chegar aos cabeças dessa rede de exploração madeireira”.
Conforme o rumo das investigações, e os próximos depoimentos, a Polícia
Civil do Pará poderá indiciar os culpados pela exploração.
As
informações são da Agência Pará de Notícias.